domingo, 23 de maio de 2010

NO RULES

Neste Anime Dreams de 2010 eu tive o prazer de encontrar dois doujinshi ótimos, tanto no visual quanto na história. É lógico que eles não possuem apenas elogios, há algumas críticas construtivas que são boas se observadas; são eles: No Rules e Galaxy Patrol. Contudo, o doujinshi que será avaliado é o No Rules.


Ao bater os olhos no traço do Maurício Moreira eu vi ali um talento e queria comprar o doujinshi dele, mas esse guri nunca tava na mesa dele... Ô, dificuldade! (RISOS) E quando eu perguntava a garota que vendia seus doujinshi ao lado dele sobre o valor (pois é comum em eventos você perguntar o valor de um doujinshi ao colega fanzineiro do lado e deixar o dinheiro com ele e levar o doujin sem problemas, porque, sabe-se que o colega vai dar a grana ao autor. O problema é que ela não sabia o preço e o sacana do Maurício não pôs o valor do seu doujinshi na capa (isso é um grande pecado a fanzineiros e doujinshikás, pois nesse relato se vê o quanto esse ato facilitaria a vida deste cliente).

Bem, continuemos... 1º OS PRÓS

O doujinshi dele é muito caprichado e a história é muito boa, e olha que isso quem está dizendo, não curte muito história a respeito de skate. Tem um editorial legal e capa colorida. Você vê qualidade de traço já quando começa a folhear as primeiras páginas (veja ilustração abaixo da página 5, que abre a história) com linhas de ação muito bem aplicadas. Só invejoso é que vai colocar defeito!
A personagem principal é Davey Alison de 18 anos (uma história sem adolescentes) que é chapeiro (pelo menos é assim que se chama o cara que faz lanches na chapa tal como um x-salada, não sei qual nome ganha em seu estado), mas acaba por ser despedido por sua desatenção constante no trabalho por só pensar em skate, claro; um doujin sobre skate não podia ter um cara que pensasse em surf, rsss... E o Dave (ao menos é o que dá a entender ao ler a história) é um cara que participa de campeonatos de skate, logo, o porquê dele só pensar no esporte. E o Dave arrepia pela cidade que é o seu local de treino e até chama a atenção das meninas, mas o cabeçudo tenta aparecer e se dá mal (esse lado divertido da história é bom).

E como sempre aparece um rival: Tony. Uma coisa legal do doujinshi é que quando Dave é desafiado pelo Tony o Maurício traz para o leitor os pensamentos do Tony; sabe aquele clima de análise feito pelo rival como sempre há em Samurai X, Dragon Ball, Yu-Gi-Oh e tantos outros animes ou mangás onde haja uma disputa? Sim... isso é legal e a imagem abaixo escolhida mostra esse brilhante uso no doujin (na página 12):

Continuando com “os prós-“ do doujinshi, a página 22 é reservada uma breve explicação da composição de um skate para quem, como eu, não sabe bulhufas e acaba por ficar sabendo. Legal isso, sempre tem alguém que não entende do assunto tratado (seja ele qual for) e nem por isso não deixa de querer saber. Por isso é bom ter! E aqui mais uma vez o Maurício Moreira acertou!

Há também uma página (pág. 23) de “primeiros passos” a qual mostra o esboço feito para a arte da página 21. Isso não é uma obrigatoriedade, mas sempre tem leitor que aprecia isso, se não tinha em mangás como Love Hina.

Agora chegou a vez dos contras

A primeira coisa que eu vejo e fico triste: “mangá com título em inglês”. Pode dar a desculpa que for, “ah, porque daí vende mais”, “ah, porque é sobre skate e daí tem que estar em inglês” ou sei lá qual seja a desculpa é como se eu dissesse que teria de ir para o Japão pra poder produzir mangá, ou que eu teria de obrigatoriamente pôr o título em ideograma nipônico; aff, faça-me o favor! Eu até fiz uma imagem com o título em português para ver que isso não destrói o doujinshi e nem o deixa feio ou vendável:


É só uma questão de acreditar mais no idioma português e ter orgulho dele. Goste ou não goste essa é a minha crítica mais feroz! Logo, se vê que esse doujinshi é bom se fechar os olhos para esses detalhes.

Outro problema é a falta de preço na capa e olha que isso já era criticado pela Elza Keiko antes dela deixar de ser doujinshiká e ir trabalhar na Panini Comics. O real não é uma moeda que desvaloriza tão rápido como era nos tempos do cruzado e outros. Não precisa ter medo de pôr o preço na capa. Se é porque tem medo de expor seu preço aos colegas concorrentes num evento... digo que isso é infantilidade (isso não é só para o Maurício é para todo e qualquer doujinshiká ou fanzineiro, que seja).

Outro problema que se vê é a falta de numerar as páginas. Seja preguiça ou esquecimento é uma falta. Para informar as páginas eu tive de contá-las a partir da capa, pois o autor não numerou.
Mais uma vez uma personagem com o nome em inglês: Dave Allyson! Se vier com aquela que nome em português é feio leva um cascudo na cabeça! Pois até há campeão de skate com nome bem brasileiro e nem por isso ele perde o ‘status’ dele. Não precisa ser João, Pedro ou José. Há nomes muito legais no nosso idioma, qual o problema? Exemplo com alfabeto: Acir, Beltrão, Conrado, Dilam, Euclides, Fabrício, Gaspar, Hugo, Igor, Júlio, Kaled, Leonel, Márcio, Nicolas, Orígenes, Praxedes, Quadros, Rômulo, Suassuna, Tasso, Uchoa, Valentino, Wilson, Xenos, Yasser e Zózimo (nome de um famosíssimo colunista social).

Se o autor tem problema em escolher nomes lembre-se de grandes amigos e os homenageie pondo o nome na personagem heróica. Exemplo: Misato e Ritsuko do anime Neon Genesis Evangelion são nomes de duas grandes amigas do autor. Se ainda tem problemas, procure um livro acerca do significado dos nomes, porque, além de dar boas idéias vai trazer o significado; que, ao meu ver, enriquece ainda mais o trabalho.


E pra finalizar, “primeiros passos” na página 23 não precisava estar em inglês como você vê aqui. Eu escrevi em português e nem por isso estragou o seu trabalho. Bem... era isso.

Espero que o Maurício não pare de produzir, pois o meu BLOG não visa destruir um trabalho, mas procura acordar alguns autores para certos detalhes como me acordaram os críticos da minha época: a Elza Keiko, a Érika Awano, a Bárbara Linhares, Akira Miyazawa (atual Pedro Guerra) e o Ricardo Akira Sato.


Também não convém a ele traduzir o título, pois o trabalho artístico dele teve início em inglês (o título) e deve ir assim até terminar, pois eu quero comprar o 2 se ele produzir; mas quem sabe num novo trabalho ele use um título e personagem em português.

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NO RULES é um doujinshi de capa colorida, possui 25 páginas, estilo mangá (conteúdo em preto e branco), tamanho A5.

Dominus tecum!

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